terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Liberdade


Liberdade, isso era tudo que ela queria. Estava cansada de ser obrigada a seguir ordens, de fazer tudo que seu pai mandara. Desde criança ser livre sempre foi o seu maior desejo. Ela nunca desejou um grande amor, uma amizade verdadeira, uma conta bancária com muitos dígitos. Ela só queria ser livre, poder fazer suas escolhas, ser independente. Muitas vezes chegou a pensar que isso era algo impossível ou que não era digna de algo tão divino. Ela estava enganada.

Ao completar 18 anos, ela tornou-se adulta. Era o momento de ir embora, de conhecer o real significado de liberdade. Era o momento de dizer adeus ao seu pai e todas as humilhações que sofrera desde a morte de sua mãe.

— Elizabeth, o que você está fazendo? Por que essas malas estão aqui na sala?

— Estou indo embora, papai. Vou seguir a minha vida em outro lugar. Ou melhor, vou começar a viver.

Depois dessas palavras Elizabeth saiu de casa, bateu a porta e foi embora. Não olhou para trás, e não esperou a resposta do seu pai. "Ele ficará bem", ela pensou. "E eu, serei livre". Um sorriso apareceu no rosto da pequena garota, branca como louça, com cabelos curtos e negros. Liberdade.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Cinco anos de atraso.


Querida Emily,

Você não sabe quanto eu sinto por não poder beijá-la agora. Você também não sabe como eu me sinto culpado por não ter dito que te amava bem antes. Passei tanto tempo ao seu lado, desperdicei tantas oportunidades... Até hoje eu não me acostumei com uma vida sem você. Eu sei que já faz quase cinco anos desde a última vez que nos vimos e que a culpa por isso também é minha. Desculpe-me se te fiz sofrer quando fui embora. E por ter sido imaturo, grosseiro e idiota. Desculpe-me também por não ter te dado tudo que você merece. Você deve estar ainda mais bonita, encantadora, graciosa e adorável do que antes. E não adianta dizer que você não é nada disso, porque você sempre foi. Todos os dias eu olho para uma de nossas fotos, daquela semana em que estivemos juntos no meu último outono na cidade. Foi a melhor semana da minha vida, porque foi a semana que você disse que me amava. E a que mais me arrependo, pois eu deveria ter dito que também te amava. 
E como estão Thomas e Clarisse? Eu sinto falta deles. Espero que eles estejam felizes e que eles estejam cuidando de você. Não que você precise, afinal, você nunca precisou.

Com amor,
Christopher.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Sobre uma garota.



Ela se sentia sozinha e sabia que isso iria piorar. Tinha uma lista de afazeres gigantesca, queria realizá-los, mas perdia tempo fazendo nada. Ela ouvia músicas que a deixavam com esperança de que tudo iria melhorar. Ela dizia que não acreditava mais em nada, mas sabia que no fundo ainda acreditava. Todos diziam como ela crescera, como estava bonita e mais um milhão de pequenas mentiras. Como passava muito tempo só, criou o costume de falar sozinha. Quando estava passando por lugares movimentados, as pessoas viam essa mania e achavam que ela era louca. Ela ria, chorava e algumas vezes se sentia vazia. Acordava tarde em todos os dias de verão e se sentia mal por isso. Queria descobrir o que estava escrito nas entrelinhas, viajar pelo mundo, viver um grande amor. Aprender, ensinar, viver. Parar de contar os seus segredos para o travesseiro, chorar no chuveiro, ter amigos imaginários na adolescência, sonhar antes mesmo de dormir. Ela queria mais do que tinha, e menos que os outros. Ela é uma garota real, apesar de invisível aos olhos de quem ela queria que a vissem. Ela na verdade sou eu.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Um pequena história e algumas verdades.

Ela acredita que encontrou o grande amor de sua vida. Ele conseguiu mais um número para a sua lista de garotas traçadas. Ela pensa nele todos os dias antes de dormir. Ele não lembra mais o nome dela. Ela só fala nele, só pensa nele, só quer estar com ele. Ele já está com outra. Ela descobre e chora. Ele ri dela. Ela está com o coração partido. Ele não tem coração.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Lábios cor de cereja, lágrima solitária e apenas uma mala na mão.


Uma garota estava parada em frente ao ponto de ônibus, com uma mala na mão. Já se passavam das vinte e duas horas, e o lugar estava sendo iluminado por um único poste. Uma lágrima solitária brotava de um dos seus belos olhos cor de oceano. Eu a observava do outro lado da rua, com uma curiosidade que eu normalmente não possuía. Reuni coragem, atravessei a rua e fui falar com ela.

— Precisa de ajuda, senhorita?

— Não, obrigada. - Respondeu-me a bela garota, enquanto enxugava a lágrima que já estava passando perto dos seus lábios cor de cereja.

Depois disso fiquei em silêncio, enquanto inúmeras perguntas surgiam na minha mente. Até que o seu ônibus chegou. Ela olhou para mim, sorriu e disse um "adeus". Logo depois entrou no ônibus.

Eu não consegui dizer nenhuma palavra.

Eu jamais a vi novamente. Mas aquele sorriso adorável daquela desconhecida tornou-se a minha lembrança mais encantadora e inesquecível.

domingo, 28 de novembro de 2010

Uma das minhas manias.


Enquanto passo pelas ruas gosto de imaginar como é a vida das outras pessoas que também estão passando. Como são as suas vidas, os seus segredos, suas manias, seus amores. O que elas almejam, desejam, o que as alegra e o que as deixam tristes. Os seus sonhos, as suas almas. As pequenas e grandes coisas que importam para elas, as suas relações com as pessoas, seus pensamentos... Tudo.
Imaginar como é a vida dessas pessoas me conforta, pelo simples fato de que também imagino se elas fazem o mesmo que eu: Observar as pessoas na rua e imaginar como são suas vidas.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Banalização

O amor foi banalizado. Gostar de tomar café, ser nerd, gostar de ler, ser do contra, gostar dos Beatles, e mais de um milhão de atos e gostos também. O que essa sociedade de hoje acha que está fazendo? Não se pode mais gostar de nada, ser nada, dizer algo, porque com isso rótulos, discriminações e banalizações começam.
E tudo isso por causa dessas pessoas que preferem fingir gostar de algo que está na moda, do que admitir do que realmente gostam ou mostrar quem são. Estou farta de tudo isso. Porque se para ser aceita preciso ser algo que detesto, prefiro não ser aceita. E que seja banalizado.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Palavras não ditas.

Palavras não ditas resultam em diálogos imaginários. E diálogos imaginários me consomem. De tanto fazê-los em minha mente, muitas vezes eu não consigo distinguir se uma dessas lembranças é real ou é apenas mais um desses diálogos. Mas eu simplesmente não consigo parar, porque esses diálogos são a minha solução para me libertar da dor, é a única coisa que me satisfaz naqueles momentos em que preciso de uma palavra amiga e não tenho alguém para dizê-las. Ou quando quero dizer algo para alguém e simplesmente não posso, por timidez ou por simplesmente ter perdido a hora certa de dizer.

Ainda não sei dizer se esses diálogos são o que garantem a minha sanidade ou apenas o que disfarçam a minha loucura. Sinceramente, tanto faz.

sábado, 23 de outubro de 2010

Apresentação

Antes de qualquer coisa, preciso esclarecer algo: Não sou boa em apresentações. Então, se por alguma razão essa postagem for um fiasco, vocês já sabem o porquê.

Sonhos. Sorrisos sinceros. Palavras não ditas. Erros. Muitas fases e faces. Livros grossos. Música alta. Séries de comédia. Filmes que me deixam com a sensação de estar nas núvens. Prazer em ser diferente. E em ser igual. Incomum e inconstante. Escolhas, normalmente erradas. Sinceridade. É disso que sou feita, disso e mais de um milhão de outras coisas.