segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Sobre uma garota.



Ela se sentia sozinha e sabia que isso iria piorar. Tinha uma lista de afazeres gigantesca, queria realizá-los, mas perdia tempo fazendo nada. Ela ouvia músicas que a deixavam com esperança de que tudo iria melhorar. Ela dizia que não acreditava mais em nada, mas sabia que no fundo ainda acreditava. Todos diziam como ela crescera, como estava bonita e mais um milhão de pequenas mentiras. Como passava muito tempo só, criou o costume de falar sozinha. Quando estava passando por lugares movimentados, as pessoas viam essa mania e achavam que ela era louca. Ela ria, chorava e algumas vezes se sentia vazia. Acordava tarde em todos os dias de verão e se sentia mal por isso. Queria descobrir o que estava escrito nas entrelinhas, viajar pelo mundo, viver um grande amor. Aprender, ensinar, viver. Parar de contar os seus segredos para o travesseiro, chorar no chuveiro, ter amigos imaginários na adolescência, sonhar antes mesmo de dormir. Ela queria mais do que tinha, e menos que os outros. Ela é uma garota real, apesar de invisível aos olhos de quem ela queria que a vissem. Ela na verdade sou eu.

3 comentários: